quarta-feira, 26 de março de 2014

CONFLITO NA UCRÂNIA

 
 


A CRISE NA UCRÂNIA

A onda de manifestações na Ucrânia teve início depois que o governo do presidente Viktor Yanukovich desistiu de assinar, em 21 de novembro de 2013, um acordo de livre-comércio e associação política com a União Europeia (UE), alegando que decidiu buscar relações comerciais mais próximas com a Rússia, seu principal aliado.

O conflito reflete uma divisão interna do país, que se tornou independente de Moscou com o colapso da União Soviética, em 1991. No leste e no sul do país, o russo ainda é o idioma mais usado diariamente, e também há maior dependência econômica da Rússia. No norte e no oeste, o idioma mais falado é o ucraniano, e essas regiões servem como base para a oposição – e é onde se concentraram os principais protestos, incluisive na capital, Kiev.

Apesar de fazer parte da Ucrânia, a maioria dos cidadãos da Crimeia é de origem russa. Segundo o último censo nacional de 2001, a composição da população é a seguinte: russos 58%, ucranianos 32%, tártaros 10%.

Os três meses de protestos, que se tornaram bastante violentos em fevereiro de 2014, culminaram, no dia 22 de fevereiro, na destituição do presidente Ucraniano pelo Parlamento e no agendamento de eleições para 25 de maio. O ocidente reconheceu a troca de governo, mas o governo Russo viu nela um golpe de Estado. A criação desse novo governo pró-União Europeia acirrou as tensões separatistas na península da Crimeia, de maioria russa, levando a uma escalada militar com ação de Moscou na região.

A Crimeia realizou um referendo que aprovou sua adesão à Rússia, e o governo de Putin procedeu com a incorporação do território, mesmo com a reprovação do Ocidente.
Com base nisto, alegou que havia ameaças aos cidadãos russos que vivem na Criméia e foi, aos poucos, tomando controle da área.

Vale ressaltar que em Sebastopol, a cidade mais importante da Crimeia, a Rússia tem a base da sua frota do Mar Negro. Segundo o último acordo assinado com o governo ucraniano, a Rússia manteria esse porto até, pelo menos, 2042.


Interesse russo
Para analistas, a decisão do governo de suspender a negociações pela entrada na UE se deve diretamente à forte pressão da Rússia. A Rússia adotou medidas como inspeções demoradas nas fronteiras e o banimento de doces ucranianos, além de ter ameaçado com várias outras medidas de impacto econômico.

A Ucrânia está em uma longa disputa com Moscou sobre o custo do gás russo. Em meio à crise, a companhia russa Gazprom decidiu acabar a partir de abril com a redução do preço do gás vendido à Ucrânia, o que prejudicará a economia do país. A empresa também ameaçou cortar o fornecimento de gás.

Além disso, no leste do país – onde ainda se fala russo – muitas empresas dependem das vendas para a Rússia. Yanukovich ainda tem uma grande base de apoio no leste da Ucrânia, onde ocorreram manifestações promovidas por seus aliados.



Crimeia
Como dito antriormente, a destituição de Yanukovich aumentou a tensão na Crimeia, onde as manifestações pró-Rússia se intensificaram, com a invasão de prédios do governo e dois aeroportos.

Com o aumento das tensões separatistas, o Parlamento russo aprovou, a pedido do presidente Vladimir Putin, o envio de tropas à Crimeia para “normalizar” a situação.

A região aprovou um referendo para debater sua autonomia e elegeu um premiê pró-Rússia, Sergei Aksyonov, não reconhecido pelo governo central ucraniano.

Dois dias depois, em 6 de março, o Parlamento da Crimeia aprovou sua adesão à Rússia e marcou um referendo para definir o status da região para 16 de março. Posteriormente, o Parlamento se declarou independente da Ucrânia - sendo apoiado por russos e criticado por ucranianos.

O referendo foi realizado em 16 de março, e aprovou a adesão à Rússia por imensa maioria. O resultado não foi reconhecido pelo Ocidente.

Mesmo assim, Putin e o auto-proclamado governo da Crimeia assinaram um tratado de adesão, e a incorporação foi ratificada. Em seguida, tropas que seriam russas passaram a cercar e invadir postos militares na Ucrânia.

O movimento russo levou o presidente dos EUA, Barack Obama, a pedir a Putin o recuo das tropas na Crimeia. Para Obama, Putin violou a lei internacional com sua intervenção.

Os EUA também anunciaram sanções contra indivíduos envolvidos no processo, e suspenderam as transações comerciais com o país, além de um acordo de cooperação militar. A Rússia respondeu afirmando que o estabelecimento de sanções também afetaria os EUA, e criou impedimentos para cidadãos americanos.

A União Europeia também impôs sanções contra russos.

A Ucrânia convocou todas suas reservas militares para reagir a um possível ataque russo e afirmou que se trata de uma "declaração de guerra". Segundo o país, mais de 30 mil soldados russos já foram enviados à região. Os Estados Unidos estimam o efetivo russo na região em 20 mil militares.

Em meio à crise, o Ocidente pressionou a Rússia por uma saída diplomática. A escalada de tensão também levou a uma ruptura entre as grandes potências, com o G7 condenando a ação e cancelando uma reunião com a Rússia



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